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Estudo mostra que o mercúrio nestes alimentos não prejudica o cérebro. O efeito protetor revelou-se especialmente benéfico em portadores de um gene de risco associado à doença
Consumir ao menos uma porção de peixe ou frutos do mar por semana ajuda a proteger o cérebro do Alzheimer. De acordo com um estudo publicado recentemente no periódico científico Journal of the American Medical Association (Jama), tal efeito mostrou-se especialmente benéfico em pessoas portadoras do gene ApoE4, um fator de risco para a doença.

Pesquisadores do Centro Médico da Universidade Rush, nos Estados Unidos, analisaram uma base de dados com informações de 300 pessoas que preencheram questionários regulares sobre sua dieta e se submeteram a avaliações neurológicas anualmente, a partir de 1997. Os participantes concordaram em doar seus cérebros para pesquisa após a morte e entre 2004 e 2013, período em que os voluntários faleceram, foram realizadas autópsias que possibilitaram a medição dos níveis de mercúrio no cérebro e a presença de placas e emaranhados característicos do Alzheimer. Já os questionários permitiram que os autores soubessem a quantidade de peixe consumida semanalmente pelos participantes.

“O consumo de frutos do mar é recomendado por causa de seus muitos benefícios à saúde, mas eles também são uma fonte de mercúrio, um conhecido neurotóxico que talvez possa aumentar o risco de neuropatologias associadas à demência. Assim, nesse estudo, queríamos relacionar os níveis de mercúrio no cérebro tanto com o consumo de frutos do mar, quanto com as neuropatologias ligadas ao mal de Alzheimer, à demência vascular e à demência com corpos de Lewy”, disse Martha Clare Morris, líder da pesquisa.

Fonte: veja.abril.com.br